Mas sempre são rosas...

Mas sempre são rosas...

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domingo, 12 de maio de 2013

De cara lavada...

hoje me desfiz dos meus bens
vendi o sofá cujo tecido desenhei
e a mesa de jantar onde fizemos planos

o quadro que fica atrás do bar
rifei junto com algumas quinquilharias
da época em que nos juntamos

a tevê e o aparelho de som
foram adquiridos pela vizinha
testemunha do quanto erramos

a cama doei para um asilo
sem olhar pra trás e lembrar
do que ali inventamos

aquele cinzeiro de cobre
foi de brinde com os cristais
e as plantas que não regamos

coube tudo num caminhão de mudança
até a dor que não soubemos curar
mas que um dia vamos.

Martha Medeiros
E talvez você aprenda que o maior amor que existe não é o amor romântico, de cinema, de braços dados. O amor dos livros talvez te encante, dos filmes talvez te choque e até te faça acreditar que tudo é possível.
Em partes, é tudo real. Sentir de longe, ler sem palavras, cantar sem música, tocar e se arrepiar. Mas a vida dá golpes de realidade, todo santo dia. 
E ai você percebe que o maior amor que você deve ter não é nenhum desses. É o amor próprio. O amor dos limites. Da tolerância. É o amor que te impede que nada não seja natural. E que quando for natural você por um minuto pense que acabou de perde-lo.
E ai você percebe que a vida não é nenhuma cena de comercial de margarina. Que não faz sol todo dia. Que o inevitável vai te encarar e te jogar na cara toda sua prepotência de achar que tem a vida na mão.
E ai você percebe toda mágica que existe nisso tudo. Que você não manda em destino, que lágrimas não são argumentos e que por mais que você q
ueira, o tempo não vai parar pra você reclamar.
Que a vida é aquilo que acontece enquanto você está parado fazendo planos.
E a mágica que há nisso tudo é que um dia você vai parar de pensar, de procurar, de querer sentir. E a vida vai te puxar e te jogar em um furacão. Neste exato momento, você vai correr de um lado para o outro e vai olhar pra trás também. Vai perder o céu e vai ficar sem chão.
Você vai querer fugir, esquecer, não pensar. Você vai colocar a mão no rosto e falar: como é que isso veio parar aqui?
E não vai ter explicação nenhuma. Não vai poder abrir um livro e consultar o que seria. Não vai poder dar cntrl+z e voltar. No redemoinho da vida não existem possibilidades. Ou é ou não é. Agora ou nunca mais. As escolhas estão feitas, as cartas na mesa, a areia na ampulheta já começou a escorrer faz é tempo.
E tudo que você tem é um relógio que não para de correr, um corpo que vai sempre envelhecer, memórias que ficarão cada vez mais borradas.
Pessoas vão entrar e vão sair da sua vida. Algumas vão ficar. Algumas você não vai nem lembrar.
E a vida, como que por mágica, vai se encarregar de deixar tudo como deveria estar.
E tudo o que você terá que fazer é agradecer as oportunidades que tem.
Manter a cabeça erguida, a espinha ereta e o coração forte.
E ai quando você chegar nesse estágio você não terá que pensar mais em nada.
Vai fechar os olhos e se jogar
E o que tiver que ser, será.



Texto encontrado no facebook. Página do Bial. 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Quero um amor que seja o meu amor. Que seja o remédio para os meus problemas, medos, agonias, que seja a cura para o mundo lá fora. Quero um amor que me dê um mundo novo.
Alguém com quem eu possa dividir um pedaço de bolo, a cama, a mesma cadeira debaixo de uma manhã de sol, dividir uma vida, pra no fim das contas, perdermos as contas de quantas vezes já mergulhamos dentro um do outro. 
Quero uma pessoa com quem eu possa ser apenas eu, do jeito que tem que ser, sem máscaras, com toda a transparência que alguém pode ter. A mesma transparência do vidro da janela, pela qual eu vou olhar o céu azul e pensar: eu só preciso dela. Preciso de um amor que brigue comigo quando eu estiver errada, que pule de alegria comigo quando algo der certo, mas que desaprenda o significado de certo e errado junto comigo, porque do nosso amor, só a gente é quem sabe. 
O amor que quero precisa ser calor nos dias de inverno. Calmaria em meio ao tormento, ou desassossego quando tudo for tédio. Precisa ser a mão que me acaricia o rosto, a boca que beija meus olhos. Esse alguém precisa ser meu sol quentinho da manhã. Precisa fazer com que meu olhar brilhe mais que uma noite estrelada de verão.
A Pessoa que necessito deverá ter manias, manias consideradas chatíssimas, como não saber viver longe por mais de uma hora. Ter um ciúme insuportavelmente necessário. Ser intensa. Saber viver um momento plenamente, sem lembrar-se do mundo externo... Porque naquele transe só existirá o nosso. Esse alguém deverá ser meu sabor de fruta mordida. Deverá ser o ponto de exclamação nessa vida tão sem empolgação. Deverá ser reticências, para que nunca, nunca tenha um fim. Esse alguém que te necessita sou eu. Esse alguém que necessita é você. Pessoas que se completam das necessidades somos nós. 



Texto da Lívia M. Ferreira. 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A gente finge que arruma o guarda-roupa,
arruma o quarto, arruma a bagunça... Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque
ocupar espaço com coisas velhas não dá. As
coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita
nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo.
Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para
si mesmo que ainda serve. A gente sabe
que tá curta, pequena, apertada. É que a gente
queria tanto. Tanto... Acredito que arrumar a
bagunça da vida é como arrumar a bagunça do
quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos,
experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso
pode servir melhor para outra pessoa.
Hora de deixar ir!
Alguém precisa mais do que você. Se livrar.
Deixar pra trás. Algumas coisas não servem
mais: você sabe. Chega!
Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é
como ocupar o coração com alguém que não lhe
serve. Perda de espaço, tempo, paciência e
sentimento. Tem tanta gente interessante por aí
querendo entrar. Deixa!
Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça. 
O que eu quero mesmo é:

Conseguir acordar as nove e ir comprar pão fresquinho.
Trazer frutas no cesto da bicicleta.
Comprar tapetes, quadros e incensos.
Acender velas quando o sol se pôr.
Rede, brisa, chá, café e barulho de passarinho cantando.
Dormir abraçada, acordar esparramada.
Viajar, por meus pés em lugares que sonho.
Tirar muitas fotos e eu mesma revelá-las.
Arrumar a casa ouvindo música francesa e dançar com a vassoura nesse meio tempo.
Acampar, ler ótimos livros e papear ótimas conversas.
Sentar em um botequim, tomar uns gorós e filosofar teorias impossíveis.
Compreender e ser compreendida.
Receber flores e regá-las.
Presentear com algo que eu mesma confeccionei.
Contar estrelas e fantasiar observando a lua.
Fazer amor de janela aberta.
Preparar o almoço com bastante cheiro verde.
Saudar os porteiros e doar sorrisos.
Chorar pelo o que emociona.
Andar sem rumo, descalça, conhecendo o solo e sentindo a terra molhada.
Tomar banho de chuva e correr pela rua.
Ter alguém que volte mesmo que eu mande ir embora.
Receber cartas, enviar cartas.
Ter a percepção de momentos e olhares.
Ficar olhando pro rosto de quem amo sem ser interrompida.
Escrever canções e registrá-las para que alguém no mundo ouça quando eu não estiver mais aqui.
Aprender a tocar vários instrumentos, mesmo que só um pouquinho.
Ser elogiada inesperadamente, e surpreender alguém especial.
Decidir ir ao cinema num sábado chuvoso e conseguir me arrumar em 5 minutos.
Ter uma coleção de anéis dos mais variados tipos, formas, cores e tamanhos.
Sentar no banco da praça e fazer a unha.
Acordar alguém com muito beijo e abraço. Ser acordada com muito beijo e abraço.
Acreditar na bondade das pessoas, por mais que seja difícil.
Tentar ser uma boa pessoa a cada dia, por mais que seja difícil.
Pegar ônibus sem ter hora e sem saber pra onde ir, só pra conhecer melhor cada cantinho da cidade.
Parar em algum lugar pra tomar um capuccino quentinho cheio de chantilly.
Ajudar enquanto e à quem eu puder.
Receber um telefonema num momento difícil.
Comprar futilidades de papelaria.
Ter história pra contar.
Motivos pra ficar.
E verdades pra mostrar.



Texto escrito por Barbara Paiva em 28/01/2013