Mas sempre são rosas...

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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Descobri...


Eu descobri que te amo mais do que te amo,
como uma saudade benevolente, como um galanteio ao pecado,
como uma nota de uma canção triste, que no final nos faz sorrir.
Eu descobri que o tempo é feito de partículas pequenas 
que misturam pepitas e poeiras,
que entre a lágrima e o riso, há um intervalo sorrateiro,
cheio de acuidade, esperando o próximo passo
para desencadear em nós, o brilho, o raspar da garganta, o crispar na alma do aveludado dos cheiros.
Eu descobri que te amo mais do que te amo,
porque o humor que me fere, que me provoca a gargalhada instantânea,
caminha junto da tua distração, da tua forma de ver
e interpretar os arredores que se mostram.
Eu tenho uma química com o teu riso,
uma química com teu olhar, algo que me faz aproximar
sem primeiro armar minhas defesas, sem me proteger,
como se me contentar contigo, fosse algo certo e preciso.

Eu descobri que te amo mais do que te amo,
porque os meus segredos, aos poucos, foram sendo os teus segredos
e não sei como tiraste de mim aquilo que eu sequer sabia existir.
Afugentastes os meus demônios e alguma coisa de crença grudou em minha  pele,agora acredito que o vento possui asas, que o impossível não existe e que a vida pode ser um outdoor iluminado. Aos poucos, sem que eu me desse conta, sem que minhas roupas surradas soubessem... tu me despiu.

Eu descobri que te amo mais do que te amo.
Que existe uma outra dimensão que brinca com as nossas sombras,
que nos aumenta ou diminui conforme o sol,
que sendo sol, podemos ser sol junto ao sol.
que a metafísica dos galhos secos não carece de entendimentos,
apenas a constatação de que é efêmera a vida,
mas que, mesmo assim, precisa ser vivida para que os pássaros
possam pousar nos nossos braços e cabeças
porque, senão, não teremos canções madrugadoras,
fortuitas, gratuitas e com sustos de encantos.
Eu descobri que te amo mais do que te amo,
por que a tua ausência me faz desatinar canções para eu estar perto de ti
e a tua presença me faz desatinar as mesmas canções
para que os teus olhos possam sorrir e, assim, me engolir, desesperadamente   libertos.
Eu descobri que te amo mais do que te amo,
pois, minha liberdade teima em criar algemas e se por a tua mercê. 
É um estado de permanente gozo, é acariciar os teus cabelos embaraçados.
Meu corpo de cicatrizes, ganhadas entre um tropeço e outro, se morde de vontade tua, 
te desenha os seios, o sexo enquanto falo aos teus sentidos da magnificência
do prazer de se estar perto, das conjecturas ensimesmadas do sentir.

E só assim eu me vi vestida do seu amor, vi seu corpo e o meu juntos, vi você sair de mim como se levada pelo vento fosse... 

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