Mas sempre são rosas...

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A gente finge que arruma o guarda-roupa,
arruma o quarto, arruma a bagunça... Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque
ocupar espaço com coisas velhas não dá. As
coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita
nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo.
Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para
si mesmo que ainda serve. A gente sabe
que tá curta, pequena, apertada. É que a gente
queria tanto. Tanto... Acredito que arrumar a
bagunça da vida é como arrumar a bagunça do
quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos,
experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso
pode servir melhor para outra pessoa.
Hora de deixar ir!
Alguém precisa mais do que você. Se livrar.
Deixar pra trás. Algumas coisas não servem
mais: você sabe. Chega!
Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é
como ocupar o coração com alguém que não lhe
serve. Perda de espaço, tempo, paciência e
sentimento. Tem tanta gente interessante por aí
querendo entrar. Deixa!
Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça. 
O que eu quero mesmo é:

Conseguir acordar as nove e ir comprar pão fresquinho.
Trazer frutas no cesto da bicicleta.
Comprar tapetes, quadros e incensos.
Acender velas quando o sol se pôr.
Rede, brisa, chá, café e barulho de passarinho cantando.
Dormir abraçada, acordar esparramada.
Viajar, por meus pés em lugares que sonho.
Tirar muitas fotos e eu mesma revelá-las.
Arrumar a casa ouvindo música francesa e dançar com a vassoura nesse meio tempo.
Acampar, ler ótimos livros e papear ótimas conversas.
Sentar em um botequim, tomar uns gorós e filosofar teorias impossíveis.
Compreender e ser compreendida.
Receber flores e regá-las.
Presentear com algo que eu mesma confeccionei.
Contar estrelas e fantasiar observando a lua.
Fazer amor de janela aberta.
Preparar o almoço com bastante cheiro verde.
Saudar os porteiros e doar sorrisos.
Chorar pelo o que emociona.
Andar sem rumo, descalça, conhecendo o solo e sentindo a terra molhada.
Tomar banho de chuva e correr pela rua.
Ter alguém que volte mesmo que eu mande ir embora.
Receber cartas, enviar cartas.
Ter a percepção de momentos e olhares.
Ficar olhando pro rosto de quem amo sem ser interrompida.
Escrever canções e registrá-las para que alguém no mundo ouça quando eu não estiver mais aqui.
Aprender a tocar vários instrumentos, mesmo que só um pouquinho.
Ser elogiada inesperadamente, e surpreender alguém especial.
Decidir ir ao cinema num sábado chuvoso e conseguir me arrumar em 5 minutos.
Ter uma coleção de anéis dos mais variados tipos, formas, cores e tamanhos.
Sentar no banco da praça e fazer a unha.
Acordar alguém com muito beijo e abraço. Ser acordada com muito beijo e abraço.
Acreditar na bondade das pessoas, por mais que seja difícil.
Tentar ser uma boa pessoa a cada dia, por mais que seja difícil.
Pegar ônibus sem ter hora e sem saber pra onde ir, só pra conhecer melhor cada cantinho da cidade.
Parar em algum lugar pra tomar um capuccino quentinho cheio de chantilly.
Ajudar enquanto e à quem eu puder.
Receber um telefonema num momento difícil.
Comprar futilidades de papelaria.
Ter história pra contar.
Motivos pra ficar.
E verdades pra mostrar.



Texto escrito por Barbara Paiva em 28/01/2013